15 abril 2013

Dinheiro trás felicidade? (Penso Assim)

Ontem aconteceu uma coisa horrível. Uma coisa que acontece todos os dias, mas que ninguém parece sequer se importar. Uma pessoa morreu de fome. Uma criança morreu de fome. Isso pode ter sido na África, ou no Brasil, eu sei. Mas a fome, que é uma coisa tão aparentemente fácil de ser saciada, para nós que temos comidas variadas todos os dias em cima da mesa, ainda mata milhares de pessoas. Só a fome.
Sou apenas uma. Não posso mudar o mundo. Não posso salvar todos esses rostinhos que precisam de mim. Mas eu posso fazer minha parte. Seja alimentando alguém aqui, perto de mim, seja indo até a África para ajudá-los.
Eu sou feliz, sabe? Sou feliz com que eu tenho, com minha família amigos e namorado. Sou feliz com minha vida confortável, com meus "brinquedos" tecnológicos, minha internet e minhas roupas caras.
Mas sinto que só vou me orgulhar de ser feliz quando poder ajudar quem precisa de mim. Quando ver sorrisos nesses rostos tristes e desamparados. Quando falar de Deus para eles e ensinar rostinhos a ler e escrever, sem ganhar nada em troca. Quando apresentar para esses que nem mesmo sabe o que é o alfabeto, mundos mágicos que eu convivo todos os dias nos livros. Alimentar, mesmo que passando com pouco, como eles, pessoas famintas. E amar, sem distinção, recebendo em troca o amor deles, que eu vou ter certeza que é verdadeiro.
Sei que saindo do Brasil, vou deixar quem me ama aqui. Talvez até perca pessoas que eu amo para sempre. Mas sei também, que se não for, essas centenas de pessoas que morrem todos os dias lá, vai ser um pouco por culpa minha. Porque, nesse momento, em que escrevo esse post em frente ao meu computador com internet e roupas quentinhas nesse frio gaúcho, pessoas choram de fome. Crianças choram de fome. O tempo todo.
Sei que muita gente acha idiota pensar assim. Ninguém se importa, para quê se importar, para quê ajudar? Ninguém está se importando com isso. Nosso país tem problemas também, a educação ruim, a saúde precária, o transporte público lotado, os políticos ladrões. Eu concordo que tenho que me preocupar com isso, que é importante. Mas isso é tão pouco comparada ao que eles passam.
Nós, pessoas da classe média, estamos tão alienadas no nosso mundinho consumista, preocupados em comer as melhores coisas, preocupados em viver das melhores formas, ter a internet mais rápida, a roupa mais bonita, o celular mais moderno, assistir o filme bom que saiu no cinema, encontrar o emprego que ganhe mais, passar na melhor faculdade, ter uma casa boa e ganhar muito dinheiro.
Quanto engano, meu Deus! Os sonhos deles é apenas ter uma refeição por dia. E nem precisa ser como a nossa, com arroz, feijão, carne e salada. Eles ficariam felizes em comer o pão com margarina que servem na sua escola e você reclama  que não tem uma coisa melhor. Eles ficariam felizes só com metade desse pão todos os dias.
Porque eles não tem nada.
E eu não estou tentando fazer drama, para comover você ou te fazer sentir culpado. Só estou escrevendo para mim, o que eu preciso mudar. O que eu preciso parar de reclamar. Se isso tocar você, se isso fizer você parar de reclamar da sua vida, já vai ser um grande prêmio para mim.
Cheguei ao meu limite. Ao ponto alto. Eu não quero mais ver pessoas morrendo e eu aqui, comendo que nem uma louca, e jogando comida fora, às vezes. Quero ver essas crianças de perto, cuidar delas e ser amada por elas.
Esse é meu sonho. Meu maior sonho. Acima de todos os outros.

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