08 agosto 2013

Saudade e cozinha (Poetizando)

Uma pessoa que eu amo muito me ensinou que amor não se define, nem se explica simplesmente se sente. Ele tinha razão. O problema, realmente, é que ele tinha razão sobre muita coisa, inclusive sobre o fato de que eu não o conhecia. Mas a saudade que ficou essa eu conheço bem, mas uau, ela também não se define, nem se explica, só se sente. E essa é mais autêntica forma de amor, saudade e felicidade. A que não se explica.
Veja como são as coisas, quando eu estou realmente triste, meu instinto é contrário. Ao invés de me isolar e me fechar em mim mesma, eu fico mais ativa, como se procurasse algo para me distrair. Se a tristeza é pouca, um pouco de leitura, anime e série funciona como escape. Se é forte o bastante para que isso não adiante, acabo escolhendo coisas aleatórias, como dançar, cantar, fazer algum trabalho manual, comprar, conversar ou mesmo uma faxina fora de hora. 
Hoje escolhi cozinhar.
E veja bem, cozinhar é a única coisa que eu realmente faço por obrigação. Tudo o que eu faço é porque realmente gosto de fazer, seja estudar, ou limpar a casa. Mas cozinhar, bem, eu realmente faço de tudo para não precisar fazer, porque eu não gosto. Talvez seja porque sou muito criticada quando tento cozinhar (não sou boa na cozinha), talvez seja por muito simplesmente isso, não saber fazer. Mas, hoje, bem, o fato de precisar de algo para me destrair me motivou a deixar tudo isso de lado e colocar "a mão na massa".
Enquanto cozinhava, refletia sobre a saudade. Cozinhar pode ser comparado a isso, sem que se torne algo danoso. Veja bem, enquanto se cozinha, se prepara os alimentos em panelas separadas, que vão ao fogo e dão o sabor. Com a saudade é a mesma coisa. As panelas podem ser cada momento do dia, e o fogo se resume a dor que tem dentro do peito de quem sente saudade. O sabor que fica, é resumido ao que esse sentimento traduz. Depois da dor, vem aquele sentimento de falta que já não dói, mas saboreia a vida por um bom tempo.
E, bem, minha comida ficou pronta afinal, saboreá-la pode ser feito com amargura ou com prazer.
Com a saudade também.

Desculpe o desabafo, meu comento Clarisse Lispector que fez isso com vocês (haha). Beijo e obrigado a quem leu ;)

Um comentário:

  1. Gostei bastante da tua analogia de saudade com cozinhar... Eu não gosto de cozinhar em 99% das ocasiões, porque acho frugal, mas dependendo de para quem eu cozinho, eu acho algo tão mágico, como colocar o meu amor em algo que vai alimentar quem eu amo, é literalmente, como fazer um ritual de magia, é tão lindo e cheio de vida e carinho... ^^

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