08 novembro 2017

O que minha mãe diria

Nessas de Deus ter falado muito comigo no último mês, sobre diversos assuntos e de muitas formas, a última dEle foi me pedir para que eu comprisse meu voto de cinco anos atrás, a de testemunhar sobre meu maior milagre.
E nem era tão difícil assim, mas para isso precisava primeiro contar a história para minha mãe, que não sabia de nada, e seria injusto ficar sabendo junto com todo mundo.
Mas aí tinha aquele frase que sempre pensava enquanto passava por tudo aquilo: "O que minha mãe diria?".
Sempre que fazia exames, recebia sangue ou era medicada, ou mesmo quando ficava dias sem comer em meio aos leucócitos baixos e ferratina negativa, eu chorava e pensava o que minha mãe diria se soubesse de tudo aquilo.
E foi o que mais pensei quando percebi o que teria que fazer para cumprir meu voto com Deus. Eu precisava de um tempo (sem brigar) para conversar com minha mãe sobre tudo o que Deus tinha me ensinado e por tudo o que eu tinha passado de 2008 até agora. Era muita coisa que escondi dela, muito história triste e feliz, muita coisa que ela ouviu e viu sem entender o que se passava por trás de tudo. Mas foi algo absolutamente necessário para que quando fosse contar isso no púlpito (ou sabe-se lá onde que Deus me mandasse contar), ela não ficasse surpresa em nenhum momento.
Eu achei que fosse demorar, que eu ia ter que me preparar, que ia fazer ela sentar e me ouvir até o fim. Foi completamente diferente de tudo que imaginei.
Fomos levar o Gabriel na escola e voltamos enquanto eu contava sobre Deus e o que ele andava falando comigo no último mês e tudo o que eu precisei mudar em pouco tempo. Fui contando tudo o que tinha mudado desde 2012 e finalmente tudo o que tinha passado nos "anos das trevas" da minha vida, entre 2008 e 2012. Minha depressão profunda, quando fui um zumbi, quando fiquei realmente doente do TA e quando fiquei doente de verdade a ponto de quase morrer.
Foi natural, espontâneo e bem mais do que eu pensava. Deus estava ali o tempo todo comigo, me mostrando como falar sem assustar e de forma clara para não confundir ninguém.
No fim de tudo, não descobri o que minha mãe diria na época, mas descobri o que ela fez agora. Me abraçou com olhos cheios d'agua e pediu desculpas por não ter prestado atenção.
E agora o próximo passo: testemunhar tudo isso de verdade, da forma que Deus mandar.

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