16 junho 2011

Quando nos tornamos mais que professores (estagiio, didatica, pscicologia)

Nos ultimos dias tenho sido mais que uma professora de meus alunos. Tenho sido amiga, conselheira, pscicologa e talvez até um pouco mãe. Eu não sei como pode ter professores tão disinteressados a ponto de nem perceberem nos rostinho daqueles pequenos, um sorriso disfarçado, uma expressão de tristeza ou mesmo uma necessidade de atenção.
Sou observadora demais, confesso. Mas é impossivel não destinguir naqueles rostinhos que tanto amo (sim, porque a profissão de professora nos tras isso, o amor verdadeiro por nossos alunos) um pedido de ajuda inconsciente. Seja de afeto, um abraço, um carinho, ou mesmo um pouco de higiene.
Meus alunos pra mim são o motivo pra viver. E cada vez que vejo um sorriso sincero nos rostos daqueles anjos, sorrio também sem falsidade, ao saber que naquele sorriso tem um pouco de mim. Tem um pouco de mim que dei atraves de um sorriso, de um abraço ou de um carinho, ou de uma palavra amiga e alguns minutos os escutando.
E disso que eles precisam nessa idade: atenção. Um pouco daquilo que todos nós no fundo queremos.

E assim foi comigo na quarta serie. Entrando na idade dos dez anos, idade em que apesar de não querermos largar as brincadeiras, já queremos ser um pouco adultos. Comigo foi diferente. Rodeada por amigos maiores que eu, que já não brincavam nem se ligavam muito em mim, saí em busca de novos amigos e foi então que encontrei meu irmão e o melhor amigo dele (que considero meu irmão tambem hoje em dia), que apesar de anos mais novos, foram aqueles que me acolheram, me deram a atenção que eu precisava e não ganhava dos meus pais.
Na hora das tarefas escolares, me sintia tão sozinha quanto nunca. Tentava pedir ajuda a minha mãe, para assim tentar chamar a atenção dela, e ela tava sempre tão ocupada... Acabava fazendo tudo sozinha como sempre, mas isso não me impedia de chorar pela falta de atenção.
Na escola, as coisas eram diferentes. Ainda sem amigos, me vi fazendo amizade com a pessoa que mais me machucava: Nescau. Sim, ele, aquele que me ameaçava, me batia e tirava de mim o dinheiro da minha merenda. Descobri nele meu porto seguro e aquilo de que sentia falta na escola: um amigo. Apesar de todos acharem que eramos namorados, pra mim aquilo era muito cedo ainda, mas eu sonhava com esse dia.
Foi quando descobri que meu amigo também sofria bullying. E todo aquele dinheiro que ele tirava de mim, não era pra ele e sim, pra uma turma de adolescentes sem escrupúlos que tiravam dinheiro dele "em troca de não darem a surra que ele merecia". Aquilo me deixou enfurecida a ponto de dar o dinheiro a ele de boa vontade, com medo de ele apanhar quando não tivesse o que queria.
Mas foi o terrivel dia que Guilherme, um dos adolescentes malvados que faziam tudo aquilo com ele, quis ficar comigo. Eu o detestava, claro, apesar de seus cabelos dourados e lindos olhos cor do mar. Eu disse que não ficaria com ele nem por todo dinheiro do mundo, mas não foi isso que aconteceu. O maldito deu um soco no olho do meu pobre amigo, e penalizada e com raiva, beijei aquele verme asqueroso desejado por tantas meninas mais velhas, mas que ainda assim quis ficar comigo. Uma nerd de aspecto normal e apenas dez anos e uma louca raiva dele.
Ainda hoje eu o odeio. E quer saber da verdade?Eu perdi sim o BV aos 10 anos. Mas nunca falo disso porque pra mim aquilo não foi um beijo . Foi o maior tapa no meu proprio rosto que já dei na minha vida.

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