Eu nunca tive problema com ler e escrever certo e acho que não é muito dificil saber o porque. Eu li desde muito pequena e sempre andava com uma pilha de livros pendurada, ou atirada em um canto com um livro aberto nas mãos. A leitura pra mim sempre foi um prazer. Um passatempo tão bom quanto brincar na infancia ou beijar na adolescencia. E eu me orgulho disso. Sabe porque?
O que professores de português mais adoram ensinar é gramatica. Eu odeio gramatica, mas a sei de cor e salteado, sem precisar decorar regras ou aprender aquelas baboseiras. Porque? Porque leio. Sempre li. Ler me ensinou a escrever corretamente as palavras e ler me ensinou a ler corretamente, pontuar corretamente, acentuar corretamente e até a pausar corretamente em virgulas e pontos. Ler é tudo!Prazer, aprendizado, diversão. exercicio diario... PAIXÃO!
Agora, o que marcou bastante minha vida, e até daria um bom livro, foi meus 13 anos, ou se preferirem, minha repetição da 6º serie. O ano começou bem, conheci novas pessoas, estava bem mais esforçada, por estar repetindo o ano. Mas isso não durou muito tempo. Logo no inicio do ano, tive a ideia maluca de me matar. Sim, e tentei de todas as formas. Me atirando na frente de carros, tomando perfumes e shampoos, etc. Mas a cena que mais marcou minha vida aconteceu mais ou menos assim.
Estava decidida a fazer tudo naquele dia. Sozinha na casa, fui a cozinha e peguei a faca maior e um pano grosso. Me tranquei no quarto e sentei no chão com papel e caneta na mão. Comecei a escrever a carta: "Mãe, eu sinto muito se te fiz sofrer. Mas eu estou sofrendo muito agora. O unico jeito de acabar com tudo isso é morta. Eu não aguento mais. Espero que não sofra muito por mim, mãe, porque não mereço, e diga aos meus amigos pra não fazerem da vida deles um papel, que se usa e joga fora, como eu estou fazendo.". Uma carta, uma sentença pronta. Fechei a carta e joguei ela ao meu lado. Peguei a carta e toquei me pulso com ela, pronto pra fazer um ferimento fundo o bastante pra me fazer sangrar até a morte, quando ouvi vozes em minha cabeça: "Ei, suicidio é homicio, sabia?". "Cuidado, você não sabe o que tem lá do outro lado". "Vai deixar quantas pessoas sofrendo por você?". Tentei apagar os pensamentos da cabeça e cortar os pulsos, mas nessa hora ouvir o som da porta se abrindo. Rapida, coloquei tudo escondido dentro do estojo pra dar um sumiço depois. Mas não tive essa sorte. No outro dia, quando ia pra escola com minhas amigas, uma delas descobriu a carta dentro do estojo e me perguntou o que eu queria com aquilo. Tentei inventar uma historia, mas não consegui. Elas entregaram a carta a professora que eu mais gostava, que foi quem me encaminhou pra orientadora da escola e eu melhorei. Pelo menos nesse aspecto.
Foi nessa epoca que comecei a ter compulsões e vomitar depois delas. Normalmente acontecia só depois que eu tava muito triste ou algo assim. Sempre digo que era quando eu precisava de atenção, mas não gosto de culpar minha mãe.
Na metade do ano, eu e uma amiga, agora considerada a melhor amiga por mim, resolvemos nos tornar goticas. Foi uma ideia maluca que surgiu de um livro que li, que os personagens eram goticos (de novo os livros?). Conseguimos, mas como minha mãe não deixaria que eu me vestisse assim, comecei a me vestir na casa dessa amiga, me maquiar lá e sair todo dia da casa dela, vestida de preto da cabeça aos pés. Foi aí que conhecemos um grupo de goticos, darks e emos (os emos daquela epoca, usavam preto e branco e eram tristes, por incrivel que isso pareça). Começamos a ir a cemiterios, fazer rituais malucos e filosofar sobre a morte. Mas eu achava divertido.
O pior aconteceu em final de setembro. Eu e minha amiga encontramos nossa turma antes de chegar no colegio e convidamos eles para matar aula na pracinha lá por perto. E fomos. Lá fizemos samba (que eu não tomei) e compramos cigarro (eu tentei fumar, mas comecei a espirrar feito louca e todo mundo riu de mim, eu odiei, haha). Isso aconteceu três dias, até um idiota amigo da minha irmã nos ver e estragar tudo. Aí foram os nossos pais na escola (eu sabia que ela iria, então não fui de roupa preta, ufa!), fomos chingadas e blablabla. Desistimos de matar aula, mas não de sermos goticas, claro.
Meus amigos (os que não faziam parte dos goticos), se mostraram bastante bem amigos e me fizeram uma surpresa de aniver de 14 anos (no inicio de outubro), eu adorei e foi bem diferente das minhas festas no cemiterio. RSRS.
O ano acabou sem mais destaques, graças a Deus. Passei pra 7º serie, muito bem de nota, graças a Deus e com as roupas e os costumes goticos, rsrs.
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