10 outubro 2012

Conhecimento X Inocência X Maturidade (Penso Assim)

Estive pensando sobre minha infância, lembrando certos pontos a considerar... Veja que apesar de ter falado muito tarde, eu era uma criança esperta, e antes de entrar na escola, já tinha aprendido a ler sozinha. Talvez pelo fato de ser tão inteligente (na época kk), eu tivesse aprendido precocemente coisas que não precisava ter aprendido tão cedo. E aquela inocência de criança continuava em mim. 
O que eu to tentando explicar, é que apesar de com sete anos de idade já ter lido o suficiente pra saber o que era sexo e de onde vinham os bebês, eu ainda assim pensava que isso era nojento, que ninguém "bom" fazia esse tipo de coisa. Eu sabia muito, mas ainda era inocente.
Nunca fui precoce pelo fato de saber muito cedo sobre diversos assuntos. Pelo contrário, minha infância foi totalmente saudável, cresci e vivi cada faixa etária no tempo certo. Não tenho do que reclamar sobre isso.
Eu era uma criança cheia de imaginação e fantasia na cabeça, gostava de conversar com amigos imaginários e acreditava em fadas e poderes mágicos. Eu "viajava" a lugares encantados todos os dias. Sempre acreditei em Conto de Fadas.
Mas aprendi muito cedo a não confiar nos outros. Aprendi cedo a desconfiar de pessoas boazinhas demais, ou homens que oferecem presentes a criancinhas. Eu era uma criança esperta. Existia a velha história do homem de preto, carro preto e vidros pretos, que oferecia presentes e nos levava embora. Isso em ensinou a não confiar em estranhos. Não me assustou. 
E também aprendi cedo que nada é pra sempre. Em cada novo ano, uma nova amizade surgia e as outras iam embora. As amizades perdidas cedo, me ensinaram que tudo passa um dia, até mesmo os Contos de Fadas. Existe final feliz, mas não "felizes para sempre". Aprendi isso cedo com os amores infelizes dos meus parentes e amigos. Percebi que as pessoas chegam em nossas vidas, nos fazem felizes por certo tempo e vão embora. E sim, muito cedo aprendi que as pessoas nos decepcionam. Talvez fosse por isso que quando as pessoas iam embora da minha vida eu chorava e ficava triste, mas logo esquecia. Porque havia aprendido a não criar expectativas.
E apesar de saber de tudo isso, tudo o que tinha era conhecimento. A prova disso é que apesar de saber tudo isso, ainda tinha intacta a minha inocência (inocência diferente de ingenuidade), porque ainda acreditava em seres mágicos. E, aos poucos ia criando maturidade, sem que isso interferisse no meu crescimento (Maturidade: Pessoa que está além da sua idade / Imaturidade: Pessoa que está atrasada pra sua idade). 
Quando saí da infância, porém, diversos fatores aconteceram depois dos meus dezesseis anos, que atrapalharam meu crescimento. Mudança de casa, escola e igreja ao mesmo tempo, fez com que eu ficasse um pouco confusa, e talvez até deprimida. No momento que mais precisava dos meus amigos, eles tinha ficado na antiga vizinhança/escola/igreja, e nos novos lugares eu não tive dificuldade de fazer amigos. Meu pai estava em campanha política e minha família estava ocupada demais pra perceber qualquer coisa estranha em mim. Passei a me fechar em frente ao computador, criando vidas imaginárias (os chamados fakes) e amigos virtuais. Apesar de ter sido completamente normal maduramente falando, a partir daí tive um bloqueio de crescimento, que me fez ficar dois ou três anos parada na idade dos dezesseis anos. Foi só aí que me tornei imatura. 
Hoje, graças a Deus, estou amadurecendo, apesar de aos poucos. Saí da "estação" dos dezesseis anos e pouco a pouco estou chegando na minha idade cronológica (apesar de ainda me sentir com dezoito anos). Conhecimento e maturidade andam juntos, e já sobrou pouco da minha inocência. Mas talvez ainda tenha sobrado vestígios dela, porque ás vezes confio demais em pessoas. Ou talvez seja só minha ingenuidade. 
Mas Deus vai ajudando a entender a mim mesma, porque ele é o melhor psicólogo.

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