07 dezembro 2012

Quatro amigas e um jeans viajante (Sobre o filme)


 "Essa calça já fez bem pra mim. Ela me trouxe você"

Eu não tenho o costume de fazer post de filme, até porque poucos filmes me envolve tanto quanto um bom livro. Não tenho muito o costume de parar para assistir um filme qualquer, o que me deixa "por fora" deles, na maioria das vezes.
Esse filme parece bem bobo. Um jeans que serve em quatro amigas de corpos diferentes, uma calça mágica?Na verdade, eu sequer ia olhar, estava pronta pra desligar a TV e dar atenção ao livro maravilhoso que estava lendo, mas acabei curiosa e deixei o filme me "segurar pela perna". Acho que nunca aprendi tanto com um filme, e nunca me emocionei tanto com um também. Esse filme tão "bobo" pode me ensinar valores que vou levar pro resto da vida.
Como as histórias se misturam no filme, eu vou contar o que aprendi dividida entre as quatro amigas:
Lena: Ela passa por uma história clichê, estilo Romeu e Julieta, onde as famílias se odeiam, apesar de ela e o garoto estarem apaixonados. Pode parecer bobo, mas o modo como ela encarou a proibição (tão obediente e sabiamente) me ensinou bastante. A forma como ela simplesmente conversou com o avô, transformando a opinião dele, mostrou a qualquer adolescente que é muito mais fácil conversar, do que gritar ou se rebelar contra as regras impostas.
Carmen: A "gordinha" das quatro, Carmen se vê feliz com o corpo que tem e se orgulha disso, no final da trama. O modo como encarou os problemas com o pai foi totalmente errado e imaturo da parte dela. Mas a conversa por telefone, falando tudo o que precisava dizer ao pai, fosse ou não magoá-lo, me ensinou que às vezes, falar o que a gente sente, sem "papas na língua", além de ser bom pra quem falou, também pode reeducar quem ouviu. Foi um aprendizado e tanto.
Bridget: Ela é o tipo de garota que gosta do que é proibido. Se apaixona pelo técnico do time de verão, o que seria proibido a elas. Mas, literalmente, se atirando pra cima dele, ela o conquista. A decepção é curada pelas amigas, mas o que ficou de aprendizagem, foi muito mais importante. Nem sempre aquilo que a gente quer (principalmente quando se é adolescente) é bom pra gente. E o principal, é que aquele "amor" repentino dela, acabou se transformando em amizade, provando que ela não estava realmente apaixonada por ele, e sim, só querendo mais uma aventura.
Tibby: Essa é a história mais emocionante de todo o filme. E não só porque a amiguinha dela morre, nem nada disso, mas pelo grande aprendizado que tudo isso deu a ela, e a quem assisiu. Logo no início, Tibby encontra uma menina de doze anos desmaiada. A menina começa a procurar ela, pra que fizessem coisas juntas, como filmar e conversar. Tibby gosta da menina, mas a acha irritante e grudenta. Tudo muda quando ela descobre que a garotinha tem leucemia. Com pena da garota, ela acaba deixando que tudo seja conforme ela quer, mas a garotinha não gosta do novo tratamento. Uma das cenas mais lindas, foi a que elas saem pra ver as estrelas, e a menina chora, dizendo que não tem medo de morrer, e sim de não fazer o que tem de fazer, antes de morrer. Tibby aprende que a menina é uma guerreira, e não alguém digno de pena. Quando visita a amiga no hospital, pedindo que a calça mágica ficasse com ela, a menina não aceita. E então acontece a cena mais linda do filme, na minha opinião.
- Quero que a calça te ajude como nos ajudou.
- Essa calça já fez bem pra mim. Ela me trouxe você.
Parece tão bobo. Mas essa cena ensina que às vezes as coisas acontecem para um bem maior, que está muito além do a gente pensa ser bom pra nós. Pra Tibby, que queria que a nova amiga ficasse viva, ela não realizou seu desejo, mas a garotinha pode encontrar uma amiga incrível antes de partir. E Tibby também.
Às vezes, passamos por coisas tão ruins, que praguejamos a vida e blasfemamos contra tudo e todos. Mas sempre dessas coisas ruins, nos vêm coisas maravilhosas, que nos marcam pra vida toda, e são as lembranças boas dessa nossa fase ruim.

Assistam o filme, garanto que vale a pena ;)

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