05 dezembro 2013

O sorriso de Monalisa (Sobre o filme)



Há uma série de assuntos que me chamaram a atenção. O filme é lindo. De uma beleza tênue, eu diria. Emenda feminismo a uma visão moral, além de pregar o direito de opinião de cada um. Seu conteúdo é encantador se examinado com minucia. E seus assuntos são abordados praticamente sem querer, em meio ao filme.
A história é de uma professora de história da arte, numa escola de ensino médio feminina, em meados de 1950, quando moças eram ensinadas a casarem-se. Suas aulas são ricas em conselhos e arte moderna, além de persuadir suas meninas a pensarem por si só, de maneira prática e progressista.
O feminismo, tratado quase no filme todo, tenta colocar a ideia de que mulher não precisa necessariamente ficar em casa trabalhando, mas pode também, procurar ser independente, de uma forma ou outra, ter voz, escolher o que quer fazer ou que quer cursar. A ideia é ótima, e eu concordo completamente (me considero feminista, apesar de muita gente me achar machista =O), mulher precisa ter voz ativa e opção de escolha de viver como quiser e fazer o que quiser. Seja cuidar da casa, trabalhar ou ser uma periguete.
Eis aí minha sensata opinião. Em certo momento do filme, uma das alunas se casa, e a professora tenta ajudá-la a seguir seu sonho de ser advogada. A aluna, porém, diz que quer se dedicar a sua casa, e em uma frase muito legal, declara:

"Pra você ser uma dona-de-casa é vender a alma por uma casa colonial. Eu quero uma casa e um lar, uma família. Isso não me torna menos inteligente"

A frase foi como se tivesse tirada da minha boca. Sou sim, feminista, e sim, muito inteligente, porque leio muito. O fato de querer ser uma dona-de-casa, porém, choca a muitos, que acham que é desperdício do meu talento, ou machismo. Não é, porém, nem uma coisa nem outra. Trabalhar em casa não me torna menos inteligente. Posso usar meu talento em outras coisas, como um blog, por exemplo. Ou ajudando meus filhos, futuramente. E em momento algum isso é machismo. Pelo contrário, na cultura de hoje, a desigualdade é real. Mulheres cuidam de casa e trabalham fora, enquanto os homens trabalham e descansam. Vivem uma vida dupla e batem no peito que tem igualdade dentro de casa. Desculpe, mas igualdade pra mim, é quando ambos trabalham em casa e na empresa, ou um trabalha em casa e outro na empresa (seja o homem ou a mulher que fique em casa, ambos são iguais, não acho que um homem ser sustentado seja covardia, pensar assim é machismo). Quero ser uma dona-de-casa. Isso não me torna menos feminista. Quero só me dedicar a minha casa e meus filhos, sem deixar de ter voz-ativa, nem sendo submissa. Posso ser dona-de-casa sem ser mandado por homem. Cuidar da roupa dele, e da comida dele, vai ser uma troca justa pelo meu sustento. Trabalho pelo sustento, pelos meus gostos também, de vez em quando. Isso não torna o meu trabalho menos importante que os outros.

Um comentário:

  1. Olá, mas que blog cute-cute :3
    Ainda não conhecia o filme, mas você falou tão bem que me deixou curioso :D Anotado!!!

    Beijos, Lucas
    http://escondidosnolivro.blogspot.com.br/

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